sábado, 14 de fevereiro de 2015

A beleza é a presença inequívoca do Belo


A beleza é a presença da verdade e da bondade.
Vejo a sociedade perdendo o senso ético e estético, a humanidade está deixando de reconhecer o Belo, caindo no deserto espiritual. E alguém pode me perguntar, mas qual a relação entre beleza e espiritualidade?
Bem, vejamos...
Quando admiramos alguém, consideramos uma pessoa generosa e moralmente boa, a chamamos de linda. Nos contos de fada, o personagem bom é belo, e o mau é feio, porque será? As meninas pequenas quando são alvos da maldade dos garotos, os chamam de “bobo, feio, chato”. Quando presenciamos um ato de bondade falamos “que bonito o que o fulano fez” e por aí vai. A beleza está intrinsecamente relacionada com a virtude da bondade e a verdade. “Mentir é feio” lembra?!
Temos substituído a beleza, a bondade e a verdade por ideologias utilitaristas.
E então vem os relativistas dizendo que a beleza está nos olhos de quem vê.
Vamos conceituar, o que é beleza?
Sua definição é bastante básica. De acordo com o grande filósofo Tomás de Aquino, a beleza é aquilo que quando é visto agrada. Nem mais, nem menos. Se cores, formas, figuras e composições agradassem ao mesmo tempo a mendigos e a reis, seriam então consideradas belas.
Na matemática o conceito de beleza se baseia através da harmonia, equilíbrio e proporcionalidade, um exemplo clássico é a proporções áurea, representada pelo número arredondado de 1,618. Número extraído da sequência de Fibonacci, o número áureo representa diretamente uma constante de crescimento. Este padrão de proporção está presente em toda a natureza, no corpo humano (o tamanho das falanges, ossos dos dedos, por exemplo), numa colmeia, no padrão de crescimento na concha do molusco. Considerado o numero da perfeição e da beleza universal.
Ou seja, beleza = proporção = harmonia = perfeição, e nitidamente nossa sociedade não está nem um pouco harmonizada, deixando a razoabilidade e a proporcionalidade de lado para tomar atitudes cada vez mais extremistas, logo se torna uma sociedade feia, desproporcional e deformada.
Porque a beleza agrada? O que leva a nos deleitar com aquilo que nossos olhos veem?
Vemos e sentimos, no objeto admirado, um bem. E o bem que nele ecoa nos agrada e queremos permanecer em sua presença. Do mesmo modo como os olhos necessitam da luz para enxergar, também os olhos da alma precisam de luz, aquilo que mostra e evidencia a verdade, o bem e a beleza contida em algo. O que seria essa luz que mostra a verdade e a beleza? Essa eu deixo pra você...
A beleza reside na coisa bela em si mesma. Ou ela tem proporção, integridade e clareza (luz, verdade) em si mesma ou não possui essas qualidades e não agradará à alma.
No entanto em uma sociedade relativista somos intimidados a nos calar diante da falta de beleza da chamada “arte” contemporânea; novelas, peças de teatro, livros e músicas que mostram a feiúra do mundo liquido e suas relações contribuindo para a degradação humana em nome do hedonismo e do mercado. Nada mais é bom ou mau, feio ou belo, tudo depende.
Hoje vejo o culto à feiúra, em amplo sentido.
Parece-me que o que agrada é o macabro, o deformado; pessoas sentem-se atraídas por programas e artes que mostram a deformidade ética da sociedade, aquilo que remete ao mal, talvez por identificação, sei lá. A mutilação de valores eternos, a cultura de morte cada vez mais presente.
Poucos fazem questão de encher a mente com beleza.
Pense bem, se você estiver cercado de beleza, por meio de imagens, músicas, histórias, palavras, lugares; não deixando espaço para aquilo que não é belo, bom ou verdadeiro. E se permanecer convertido à beleza, a bondade e a verdade, então, naturalmente, partilhará sem perceber da beleza que experimenta em seu interior.
A falta de beleza, a destruição da verdade e da bondade, gradualmente nos faz perder o senso ético e estético. A espiritualidade fica no mínimo, comprometida sem esses elementos.
Nosso espírito é alimentado pela beleza e transformado pela Verdade.
Preencha sua alma de beleza, a bondade é o bônus.
A beleza é a presença inequívoca do Belo.