terça-feira, 13 de junho de 2017

Há pessoas que nos roubam, há pessoas que nos devolvem.


Às vezes, bem às vezes mesmo, tenho uma pequena amostra do que os pastores passam. Explico, dois pontos.
Creio que todos nós em algum momento da vida nos relacionamos com pessoas que nos desgastam, que sugam nossas energias, que nos roubam a paz. E o que fazemos? Alguns se afastam, afinal não vale a pena ter alguém que tira o sossego não é mesmo?
Pois bem, os bons pastores não tem essa opção, eles são obrigados a lidar com essa gente, por causa do ministério. Assim como um atendente ao público não pode selecionar se atende uma pessoa simpática ou um chatão.
Mas nas amizades, principalmente as virtuais, temos sempre a opção de nos afastar, de excluir, bloquear, deixar de seguir etc. Até mesmo em relações pessoais, podemos deixar de telefonar, de responder mensagens, ir se afastando aos poucos para evitar a fadiga.
Os pastores não, então como eles fazem? Como eles recuperam as energias que lhe foram tiradas?
Creio que (isto é um palpite) os pastores também são pastoreados, isto é, tem pessoas que os ajudam a lidar com as sobrecargas do ministério. Assim devemos ser todos nós, se temos em nossas vidas pessoas que nos roubam, devemos ter também pessoas/relacionamentos que nos devolvem.
É um ciclo, doamos, somos sugados/roubados, mas também recebemos, sugamos/roubamos energias de outras pessoas. Lembrando que nem sempre os relacionamentos tem essa matemática de mais e menos, dar e receber. Existem relacionamentos em que o dar e receber são recíprocos, na mesma medida, se retroalimentam. Esses são raros, mas existem.
Então antes de “se livrar” daquele que te rouba, pense que você também pode ser o “ladrão”, sugar alguém. Não descarte, encontre doadores, você se alimenta e assim você terá alimento para doar-se. Alimentamo-nos mutuamente. A vida é um ciclo, sem o equilíbrio nas relações e emoções adoecemos.
Há pessoas que nos roubam, há pessoas que nos devolvem.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Virtudes e pecados


Virtude é uma palavra que tem origem no latim “virtus” (“força moral, valor, hombridade”).  Hoje o significado de virtude está mais ligado ao de uma qualidade manifestada por um indivíduo.
As virtudes fundamentais na conduta do ser humano são; prudência, justiça, fortaleza e temperança. De certa forma essas virtudes estão interligadas
A PRUDÊNCIA é a capacidade que algumas pessoas têm de analisar as variáveis existentes e avaliar suas possíveis consequências antes de adotar uma atitude. Virtude essa que requer calma, ponderação, sensatez, paciência ao tratar de assunto delicado ou difícil.
A JUSTIÇA é dar ao outro o que é lhe devido, isto é, castigo ou recompensa, conforme merecimento, para agir com justiça é necessário ter prudência.
A FORTALEZA é a disposição para combater o que deve ser combatido, para isso é preciso prudência e justiça para discernir o que se deve combater e também discernir quando e como resistir ou atacar.
A TEMPERANÇA (do latim: “temperantia” / “temperare”, "guardar o equilíbrio") é caracterizada pelo domínio de si e pela moderação dos desejos e instintos. Essa virtude nos permite autodomínio, disciplina. Creio que essa virtude é uma mistura das anteriores. O fruto da temperança é uma conduta equilibrada entre os desejos e instintos humanos e o dever para com a sociedade (os outros).
Buscar e aprimorar as virtudes fundamentais traz certa consciência sobre o efeito borboleta.
Efeito borboleta não é só o título de um filme, livro ou uma teoria. O efeito borboleta é real. Nossas atitudes, por menores que sejam, tem efeitos duradouros em nossa vida e também na vida de outras pessoas, cada palavra, cada gesto conta.
Se pararmos para pensar seriamente e metodicamente nos acontecimentos das nossas vidas, podemos identificar pequenas coisas que fizeram grandes diferenças. Deveríamos ter mais responsabilidade pelas nossas ações e decisões.
A vida é uma série de acontecimentos que se desencadeiam e nos levam a algum lugar na vida. O tempo não volta, não podemos consertar o passado. Esse fato traz a importância da reflexão moral.
Um dos meus maiores desejos quando me converti foi de ter a máquina do tempo, e como não existe tal máquina, a saída que encontrei foi me lapidar como ser humano.
Há 10 anos, decidi que não seria mais escrava dos meus desejos, instintos e emoções. Desde então procurei me educar no sentindo moral. Não para ser perfeita e irrepreensível, mas sim porque experimentei em minha própria vida as consequências do pecado; a falta de prudência, de fortaleza, de justiça e temperança. A ausência dessas virtudes fez com que eu “seguisse o meu coração” (meus desejos, impulsos) e vivesse num lamaçal de erros. Percebi o quão necessário é ter virtudes/ força moral, para combater os monstros que me habitam como, por exemplo, o desejo por vingança àquele que me causou mal ou tomar decisões conforme minhas emoções que oscilam tanto!
Prejudiquei pessoas por causa das minhas condutas impensadas, tive conflitos infrutíferos pela falta de discernimento, injustiças cometidas. Enfim, são tantos erros que cometi e me arrependo! Continuo errando ainda, porém com mais consciência e buscando sempre superar, isto é, não cometer os mesmos erros.
E quanto ao passado, bem, ele está tatuado em minha alma. Às vezes dói, algumas consequências são irreversíveis. O que experimento é a auto humilhação toda vez que sou confrontada com a Palavra. Constantemente levo surras, sou esbofeteada pela Verdade. Minhas ofensas ao Senhor, ainda que não sejam públicas, é uma espécie de tortura, lembrar-se das minhas imundícies... Ai de mim!
Minha condição de pecadora e redimida me leva a ter compaixão, estender misericórdia e perdão; sem que para isso seja necessário renunciar as virtudes fundamentais: prudência, justiça, fortaleza e temperança.
Como contrabalancear as virtudes com minha natureza pecaminosa?
Entregando-me ao Eterno!